Salman Rushdie abre oitavo Fronteiras do Pensamento no TCA

Mais uma edição do projeto que traz a Salvador grandes pensadores estrangeiros é inaugurada nesta quinta-feira com conferência do escritor indiano-britânico
 
Com informações do jornal Correio* e do portal G1 Bahia
 
Expoente do realismo mágico, Rushdie ficou conhecido pela polêmica obra Versos satânicos
(Foto: Divulgação)
 
Série de conferências com pensadores notabilizados internacionalmente, o Fronteiras do Pensamento traz como temática, para este ano, a reinvenção do mundo pela racionalidade e tolerância. Patrocinada pela Braskem e pelo governo da Bahia, através do Fazcultura, a oitava edição do projeto em Salvador será inaugurada nesta quinta-feira (15), às 20:30, no Teatro Castro Alves (TCA), com uma conferência do escritor Salman Rushdie.
 
O indiano-britânico de 66 anos, considerado um expoente do realismo mágico, se tornou célebre por ter publicado, em 1989, o livro Versos satânicos, que causou grande controvérsia no mundo islâmico. Sua obra mais recente, Joseph Anton: memórias (2012), narra sua própria experiência durante a fatwa – sentença da lei islâmica –, que perpetuou por uma década, quando assumiu, por razões de segurança, o pseudônimo que deu título à publicação.
 
Acerca do tema do Fronteiras – também promovido em São Paulo e Porto Alegre –, Rushdie explicou em entrevista concedida por e-mail ao jornal Correio*: “Não sou muito bom quando se trata de pensamentos utópicos. Obviamente, eu gostaria muito que as pessoas começassem a ler obras literárias e isso ajudasse a acabar com o buraco na camada de ozônio e o fanatismo religioso desaparecesse. Mas não acredito em fadas, exceto quando elas estão nos livros”.
 
Amor por nossa literatura
 
O conhecimento e a admiração pelos principais nomes da literatura brasileira, como Machado de Assis (1839-1908), Clarice Lispector (1925-1977) e Jorge Amado (1912-2001), foram explicitados por Salman Rushdie, que atualmente peregrina pelo globo ministrando palestras e conferências. Entretanto, o indiano-britânico admitiu que é preciso incentivar ao máximo a leitura de obras desses autores.
 
Já entre os portugueses, Rushdie, um dos mais relevantes autores de língua inglesa em atividade, destacou José Saramago (1922-2010) e Fernando Pessoa (1888-1935). “E prometi a mim mesmo começar a ler Lobo Antunes”, revelou ao Correio*. Ele ainda lamentou a morte do colega colombiano Gabriel García Márquez (1927-2014), ocorrida no mês passado. “Ele era uma figura estupenda para muitos e muitos escritores”, declarou.
 
Em 6 de junho, o Fronteiras receberá sua próxima conferência, ministrada pelo oceanógrafo e ambientalista francês Jean-Michel Cousteau, filho mais velho do também oceanógrafo Jacques-Yves Cousteau (1910-1997). Vendidos nas bilheterias do TCA e nos postos do Serviço de Atendimento ao Cidadão (Sac) dos shoppings Barra e Bela Vista, os ingressos para as conferências custam R$ 15 (meia) e R$ 30 (inteira).

Comentários