Andreia vai à luta pelo volante

Mulher que nasceu surda se prepara para obter sua carteira de motorista nas aulas da EPTran
 
Andreia afirma que carteira de habilitação representa um grande passo para a autonomia
(Foto: Hugo Gonçalves)
 
Na aula de Mecânica Básica, ela pode compreender como funciona um veículo
(Foto: Hugo Gonçalves)
 
Discriminados no passado, os portadores de necessidades especiais, como os deficientes físicos, mentais, visuais e auditivos, já sabem conduzir um veículo automotor. Convivendo com a surdez desde seu nascimento, Andreia Medeiros Pimentel dos Santos está se preparando, graças às noções de direção, para manobrar um carro.
 
Andreia, que trabalha na Empresa Baiana de Águas e Saneamento S. A. (Embasa), no setor de tecnologia da informação, assistiu, no meio de dezenas de ouvintes, à aula da disciplina Mecânica Básica, ministrada pelo professor Edmilson Farias, nesta segunda-feira (17), na Escola Pública de Trânsito (EPTran), anexo do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-BA), na região do Iguatemi.
 
O professor Edmilson (à esquerda) ministrou a aula que a surda assistiu
(Foto: Hugo Gonçalves)
 
Graduada em língua brasileira de sinais (Libras) pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e especialista em ensino de Libras pela Faculdade Dom Pedro II, em Salvador, ela se comunica com os gestos desde criança. Como não existia uma escola adaptada para surdos, ela foi obrigada a estudar numa escola para ouvintes.
 
"Antigamente, as pessoas consideravam os surdos incapazes, e não tinham o acesso nem o direito de tirar a carteira de motorista", recorda. Na opinião de Andreia, que foi acompanhada por uma intérprete no momento da aula, tirar a carteira de habilitação significa um passo muito grande para adquirir sua autonomia.

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