Conceitos de Jornalismo Multimídia

Artigo elaborado sob a orientação do professor Alberto Oliveira, docente da disciplina Jornalismo Online e Produção de Novos Conteúdos do Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge)

Para trabalhar em uma história verídica, alicerçada nos acontecimentos, o jornalista multimídia se utiliza da versatilidade, dispondo de quatro recursos multimidiáticos: o texto, o vídeo, a fotografia – ou foto, em sua forma abreviada – e o áudio. Além disso, ele necessita definir uma das categorias mencionadas a fim de narrar uma história. Tanto vantagens quanto desvantagens são apresentadas em cada recurso.

O texto permite o aprofundamento apurado e consistente de um certo fato, sendo uma ferramenta crucial para estabelecer links (ligações) com outras histórias semelhantes ou com materiais armazenados. A natureza participativa e interativa do texto, em nível digital, faz com que ele se articule com mecanismos de participação do usuário, tais como a enquete, o fórum e o comentário.

Por ser um meio versátil, compreensível e de elaboração fácil e rápida, o texto ajuda a contextualizar, analisar, testemunhar, relatar e entender os acontecimentos. Entretanto, há no texto um paradoxo evidente: ele nem sempre é perfeito para que o leitor seja o personagem da narrativa.

Diferentemente do texto, o vídeo instiga o público pela percepção sincrônica da visão e da audição dos fatos, pondo os espectadores diretamente na cena. Como exemplos dessa distinção entre os dois recursos multimidiáticos, podem ser citados um sofrimento, relatado através do texto, e a dor, mostrada no vídeo, daí a marcante sensação de drama no recurso audiovisual. O vídeo ainda exige automaticamente a presença do observador no local do ocorrido.

As fotografias, outro mecanismo empregado em larga escala no jornalismo multimídia, reproduzem circunstâncias diversas do cotidiano em formato de imagens estáticas (sem movimento), capturadas pelas câmeras, e são excelentes para eternizá-las. Em coberturas de competições esportivas, as fotos possuem uma capacidade de retratar uma ação (exemplo: atletas praticando exercícios físicos), em comparação com o vídeo, que não consegue capturá-la perfeitamente.

Nem todas as fotos são dramáticas, pois também revelam os atributos constituintes da aparência física de um indivíduo, como sua fisionomia, sua estatura corpórea, seu vestuário, dentre outros.

Quanto ao áudio, quarto e último recurso multimidiático, seu imediatismo e sua instantaneidade equiparam-se às mesmas qualidades contidas no vídeo; no entanto ele não obriga o público a prestar-lhe total atenção. Outro benefício proporcionado pelo áudio é a sua contínua portabilidade. Por conseguinte, essa categoria pode ser reproduzida em equipamentos eletrônicos, como computadores, notebooks, telefones celulares, smartphones, iPads, iPods, etc.

Um conceito primordial dentro da fotografia é a regra dos três terços, que consiste na divisão da imagem em nove quadrados obtidos por duas linhas horizontais e duas linhas verticais, formando uma grade, idêntica à de um tabuleiro de xadrez. O elemento principal da foto deve ser inserido em um dos quatro cruzamentos.

De acordo com a regra, para que o editor tenha opções, recomenda-se sempre fotografar as cenas horizontal e verticalmente. Ao capturar uma pessoa, é preciso evitar as poses, ou seja, efetuar a operação quando ela estiver em movimento. É obrigatório que a resolução das imagens seja reduzida para 72 dpi (pontos por polegada) e que sempre trabalhe unicamente sobre uma cópia da foto.

Ao agregar as imagens referentes a um mesmo tema, podem-se criar galerias de fotos convencionais ou slideshows, galerias com a passagem automática das imagens. No momento da captura do horizonte, a fotografia deve ser mantida por inteiro (não deve ser cortada ao meio). Além disso, é aconselhável eliminar os elementos não condizentes com a cena fotografada, a exemplo da sombra.

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