Trabalhos midiáticos exploram e denunciam a homofobia

Conjunto de discriminações contra a população homossexual é o tema do projeto interdisciplinar realizado pelos cursos de Comunicação Social para este período

Hugo Gonçalves – Estudante do 6º Semestre de Jornalismo da Unijorge

Matéria publicada na terceira página do jornal Casulo, publicação interna do Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge), nº 66, setembro de 2011

A humanidade contemporânea está ameaçada, dentre outras injúrias, por um complexo de gestos e sentimentos covardes manifestados contra a população formada por gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transgêneros (LGBTTs). São homofóbicos esses atos discriminatórios que prejudicam gravemente os direitos dos indivíduos homossexuais, resultando, por muitas vezes, em homicídios. Tais atitudes homofóbicas referem-se, além do preconceito, à aversão, à antipatia, ao desprezo e ao medo irracional.

Propondo o esclarecimento e a desmistificação da discriminação homofóbica para a comunidade acadêmica, os cursos de Comunicação Social da UNIJORGE, que englobam Publicidade e Propaganda, Jornalismo e Produção Audiovisual, estão desenvolvendo, no período corrente, um projeto interdisciplinar, simplesmente intitulado “Homofobia”. Nele, os alunos do 1º ao 6º Semestre estão executando produtos midiáticos diversos – reportagens, vídeos, áudios e peças publicitárias – inerentes ao assunto.

O projeto, idealizado pela coordenadora dos cursos de Comunicação Social da instituição, Patrícia Barros Moraes, e pelo professor Max Bittencourt, foi esboçado a partir do acompanhamento das notícias de ocorrências hostis a homossexuais e do fato de que a Bahia é o estado campeão absoluto nesses crimes no Brasil. “A gente percebe um preconceito tão sério contra gays, a ponto de ser traduzido em violência física e assassinatos”, pondera Patrícia.

A coordenadora acredita que “o papel das instituições de ensino é provocar discussões e reflexões que possam gerar atitudes mais conscientes e mais responsáveis”. Conforme o professor Alberto Oliveira, o aluno vislumbra um panorama diferenciado sobre a homofobia por meio dos argumentos feitos em sala, dos trabalhos de pesquisa indicados e orientados pelos docentes e, no caso dos estudantes de Jornalismo, das reportagens que eles elaboram.

Palestra abriu projeto

Ex-membro do corpo docente da UNIJORGE, o jornalista, escritor e professor baiano Jean Wyllys, deputado federal pelo PSOL-RJ, realizou a palestra “A política brasileira e o movimento LGBTT”, no evento inaugural do projeto interdisciplinar. Jean explicou as ações que vem realizando no Congresso Nacional para, entre outras medidas, aprovar o Projeto de Lei Complementar 112 de 2006 (PLC 112/2006), que visa criminalizar a homofobia. Entretanto, a proposta permanece em tramitação no Senado.

De acordo com Patrícia Barros Moraes, Jean Wyllys, que adquiriu reputação nacional ao vencer a quinta edição do reality show Big Brother Brasil, da TV Globo, em 2005, foi designado para proferir a palestra por conta da visibilidade que ele deu à temática. “Hoje, ele é um grande expoente do assunto na política do país, na medida em que reivindica a regulamentação da união homoafetiva, e porque foi professor do curso de Jornalismo daqui”, ressalta a coordenadora dos cursos de Comunicação Social.

Os estudantes de Publicidade e Propaganda, Jornalismo e Produção Audiovisual, no decorrer do projeto “Homofobia”, estão desenvolvendo trabalhos para estimular a denúncia e a necessidade de contestar as práticas homofóbicas. “A homofobia é um tema muito amplo, em que, no nosso caso, nós vamos discutir como a sociedade e a família se colocam diante do tema ao longo da história, e quais são as implicações sociológicas e antropológicas”, pontua o professor Alberto.

Perpetuar a ideia de respeito e de igualdade entre as pessoas é o que pensa a estudante do 4º Semestre de Publicidade e Propaganda, Moara Brandão, ao observar a dimensão na importância do conhecimento acerca do objeto de estudo. “Falando de uma forma mais sutil e direta sobre o assunto, sempre pomos em pauta a questão do respeito acima de tudo”, assinala Moara.

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