Junto à sociedade

Agindo concomitantemente com agrupamentos heterogêneos, membros de um agregado unitário ao qual denominamos massa, o jornalismo desempenha características de suma relevância. Não devemos esquecer que ele, na sua inteireza, exerce o papel de mediador, uma espécie de “ponte” conectiva entre imprensa e sociedade. Com essa valiosa atitude, podemos nos informar, opinar, sugerir eixos temáticos em volumosa profusão e auxiliar no equacionamento dos dilemas recorrentes em nosso dia a dia.

Nos redutos societários atuais, o império da autonomia, da liberdade e da independência enseja a veiculação voraz de vozes plurais que, embora sejam paradoxais, possibilitam a garantia da estabilidade democrática. Embasando-se nesse supremo pressuposto, tecemos e publicamos incessantemente matérias de matiz opinativo, que fazem da divergência de ideias um fator assíduo e rotativo no jornalismo. Paradoxos, ambiguidades e contradições, portanto, adquirem confiabilidade e prestígio aos meios de comunicação.

Democracia, ética, justiça e objetividade, postulados indeléveis na imprensa em nossos tempos, incorporam-se em arcabouço inabalável no exercício da apuração de matérias. Os quatro fundamentos mencionados balizam a legítima soberania, sempre onipotente e onipresente nas deliberações e nas aspirações da comunidade. Utilizando-se deles com nítida eficácia e primazia, a livre circulação de informação e opinião para as sociedades mundiais irradia de modo ubíquo e consistente, da alta hierarquia, a elite, às categorias mais inferiores.

Quanto à sua função mediadora, o jornalismo persevera a articulação, a interação e o envolvimento com pessoas de classes diferenciadas, daí a natureza intersubjetiva comunicacional e informacional. Percebemos que no bojo da mídia há um local reservado para as exigências populares, com direito a denúncias, sugestões, reclamações e mensagens dos leitores, telespectadores e ouvintes. É por intermédio dessa percepção onde a consolidação da liberdade ecoa profundamente no altivo panorama da imprensa.

Estamos convincentes de que a ausência de uniformidade das vertentes exprimidas dentro do poder da mídia dinamiza a plenitude dos propósitos autônomos de uma sociedade. O papel ilustrativo de “ponte” às estratégias e manobras jornalísticas exemplifica essa nobre perspectiva, invocando as massas a adquirirem consideráveis doses de sapiência, instrução e aperfeiçoamento intelectual e cognitivo e a reivindicarem de imediato os seus anseios. Dessa maneira, as pessoas são predestinadas a entrar em contato com o mundo que está a seu redor.

Cultivar o jornalismo vislumbra a total autonomia de sabedorias, mentalidades e sentimentos em todos os formatos midiáticos. Apesar de ser uma faca de dois gumes, onde a predominância do contraditório é admissível, assim como o seu questionamento, o artifício interativo de converter acontecimentos corriqueiros em interpretações realistas e factuais nos faz movimentar a órbita do complexo planeta da informação. A cada lapso de tempo, jornalistas estão muito mais próximos das parcelas da população.

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