Deputado Tiririca adverte: nepotismo nunca mais

Contratação de familiares para cargos de confiança é proibida no Brasil desde 2008, por decisão do Supremo Tribunal Federal

No cenário político brasileiro, vivencia-se uma situação inútil, que consiste na contratação de parentes de autoridades e funcionários para cargos de confiança no funcionalismo público. A essa vergonha brutal, hoje proibida pela Justiça, denomina-se nepotismo, vocábulo derivado do latim nepos, que significa sobrinho.

A palavra, originalmente, era utilizada exclusivamente na Igreja Católica, em Roma, ao referir-se aos relacionamentos do papa com seus familiares, particularmente com o cardeal-sobrinho (em latim, cardinalis nepos), também conhecido como sobrinho do papa.

Com o passar do tempo, a conotação semântica do termo foi se metamorfoseando, sendo aplicada no âmbito político contemporâneo como sinônimo de concessão, pelas autoridades ou pelos servidores públicos, de cargos ou privilégios a seus parentes. Nessa acepção, nepotismo é favorecimento infiel às custas do próprio poder.

Desde agosto de 2008, o nepotismo é, a pretexto jurídico, um crime hediondo, que pode violar os princípios éticos da moralidade, da eficiência e da impessoalidade. A proibição da prática nas três esferas de poder - Executivo, Legislativo e Judiciário - foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por 9 votos a 0.

Crime foi criticado por Tiririca

Recentemente, o hilário e controvertido deputado federal Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca (PR-SP), protagonizou uma inserção partidária de 30 segundos condenando a designação de familiares para cargos políticos. Tiririca, fantasiado de palhaço, formato que o consagrou na segunda metade da década de 1990, elucidou que, graças ao PR, ele já está aprendendo o que faz um deputado.

O nepotismo foi o carro-chefe do comercial da legenda, exibido em rede nacional no horário nobre da televisão na semana de 23 a 30 de junho. Deputado federal mais votado do país nas últimas eleições, o cearense valeu-se da formalidade intermediária em sua dicção e reiterou que nenhum dos 513 membros da Câmara "não pode empregar sua família".

"Por isso, pai, continue catando latinha; mãe, continue lavando roupa pra fora. Não pode contratar família!", enfatizou. Em seguida, são exibidas cenas do dia a dia da Câmara, em Brasília, e, ao aparecer Tiririca trajado no plenário em um antigo monitor de TV, ele persuadiu que na Casa ele se veste de modo bem formal. "Em Brasília eu não trabalho assim não. Olha aí como é que eu trabalho. Lá o negócio é sério!", finalizou.

Assista abaixo à inserção do PR, na qual Tiririca repudia o nepotismo:


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