Wagner, Lídice e Pinheiro: vitórias hegemônicas

Governador é reeleito no primeiro turno com 63% dos votos válidos e consegue levar ao Senado seus companheiros de chapa

Com informações da Agência Estado e de A Tarde On Line

Jaques Wagner, do PT, foi reeleito, em primeiro turno, governador da Bahia, quarto maior colégio eleitoral do Brasil e o primeiro da Região Nordeste, no último domingo, com 4.101.115 sufrágios, contabilizando 63,83% dos votos válidos de acordo com o resultado final da apuração feita pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Conseguiu uma vitória estrondosa acima de seus seis adversários, cujos percentuais totalizaram 36,17%.

Acompanhado de familiares e aliados no Palácio de Ondina, sua residência oficial, Wagner observou o passo a passo que o reelegeu. Segundo ele, a eleição da sua chapa majoritária completa simboliza a consagração da hegemonia no estado. "Sempre haverá oposição e é bom que seja assim, mas minha alegria é que a gente conseguiu uma hegemonia de pensamento", diz Wagner à Agência Estado. "Essa hegemonia é maior do que a simples maioria, de metade mais um. E envolve pessoas de todas as áreas, que ouvimos ao longo de nosso governo."

Ex-governador, o democrata Paulo Souto ficou em segundo lugar, aparecendo com 1.003.597 votos, ou 16,09%, 47% a menos que o petista. O ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima (PMDB) não passa dos 1.000.009 votos recebidos, o que correspondem a 15,56%. Quarto colocado, Luiz Bassuma (PV), apesar do boom da "onda verde", de alcance nacional, teve modestos 3,95% ao final da apuração.

Perdas no interior

Souto reclamou das derrotas gradativas do grupo político do qual ele faz parte, o carlismo, sobretudo em regiões interioranas. "Nós tivemos perdas importantes, no interior do Estado, de bases políticas que não resistiram à cooptação do governo", assinalou.

Os três últimos governadoráveis posicionados obtiveram porcentagens equivalentes ou superiores a zero. Marcos Mendes, geólogo e candidato do Psol, fechou a apuração com 0,4%, e Sandro Santa Bárbara (PCB) não passou dos 0,08% neste pleito. O professor Carlos Nascimento (PSTU) não pontuou em virtude de sua candidatura ser impugnada por uma liminar do TRE-BA.

Estratégia que deu certo

No Senado, os candidatos da coligação capitaneada por Wagner, Walter Pinheiro (PT) e Lídice da Mata (PSB) credenciaram as duas vagas baianas em aberto. Pinheiro liderou a contagem dos votos para a Câmara Alta no estado através da ação dos 3.630.944 eleitores, ou 31%. A deputada federal e ex-prefeita de Salvador logrou uma proeza inédita – será a primeira senadora da Bahia, através dos 3.385.300, ou 28,09%, que lhe foram dados.

César Borges (PR), que disputava a reeleição, ficou em terceira colocação e, como recompensa, foi derrotado. Ele alcançou 1.583.423 sufrágios, correspondendo a 28,90% do total, seguido da dupla do DEM José Ronaldo (9,33%) e José Carlos Aleluia (8,12%). Sexto posicionado, o vice-prefeito de Salvador, Edvaldo Brito (PTB), alcançou 6,92%, seguido do verde Edson Duarte, com 1,81% dos votos válidos. A dupla do Psol, Luiz Carlos França e Zilmar Alverita, pontuaram 0,16% e 0,13%, respectivamente. O lanterna Albione Souza Silva (PSTU) encerrou a apuração com 0,12%.

Fomentados pela estratégia do voto casado, difundida no desenrolar da campanha, Pinheiro e Lídice foram entronizados ao Senado ao jogar César, líder em quase todas as pesquisas de opinião, e outros sete concorrentes para escanteio. Somados a outro parlamentar que apoia Wagner, João Durval Carneiro (PDT), os senadores eleitos preencherão as duas cadeiras na bancada da Bahia. Lídice justificou que a ascensão dela e de Pinheiro como senadores é "uma vitória de um projeto político".

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