Multidões curtem a festividade

Megafestival Todo Mundo Vai aportará para Salvador astros ecléticos da cena musical, recepcionados por Ivete Sangalo no Parque de Exposições

Ivete Sangalo? Vai. Jorge e Mateus? Vão. Dodô do Pixote? Vai. Maria Cecília e Rodolfo? Vão. Kiko da Chicabana? Vai. Xanddy do Harmonia? Vai. Márcio Victor? Vai. Xandy Avião? Vai. Solange Almeida? Vai. E todo mundo? Também vai. Todo mundo vai para fruir e aprazer das performances, das tendências e dos ritmos das atrações participantes da multiplicadora segunda edição de um lucrativo e fértil esquema musical, uma festa que é muito mais do que um festival. Muito mais multidão, muito mais alegria, muito mais entretenimento, muito mais diversão, muito mais sinergia, muito mais encantamento. Daqui a quatro dias, às 15:30, o Parque de Exposições será o epicentro do estrelato glamuroso, tendo como brinde, factualmente, um jovial balaio de gatos.

A Festa Todo Mundo Vai é, como podemos deduzir, um ecletismo das mais populares generosidades festivas dos excelsos mercados consumidores brasileiros de música, as regiões geoeconômicas Centro-Sul e Nordeste. Dos nove artistas que abalarão as estruturas da festa no próximo sábado, 16, cerca de 66% são originários do Nordeste, a área mais quente, cálida e tropical do país. Serão, esmagadoramente, seis cantores e conjuntos nordestinos, ressaltando que aqui em nossa região há o mais vistoso celeiro cultural, reconhecido nacional e internacionalmente. Os 33% aproximados do leque colorizado de sons, tons e acordes provêm do Centro-Sul, focalizado no pagode romântico e no sertanejo universitário pantaneiro.

Jogada certeira da empresa Caco de Telha Entretenimento, a mesma que trará para cá o The Black Eyed Peas, o megafestival é um dos promissores do show business brasileiro. O grupo de rap estadunidense virá, na próxima terça-feira, 19, com a intenção de divulgar seu último álbum, sugestivamente batizado The E.N.D. Contudo, a sigla não significa "fim", tratando-se de uma maneira abreviada de outra locução inglesa, "The Energy Never Dies" (A Energia Nunca Morre). Trocadilho cuja compreensibilidade é indubitável. Um adendo: o espetáculo, que será potencialmente encenado no Parque de Exposições, será aberto pela Timbalada, a Timbalada dos negros intrépidos, dos tribais tatuados no corpo de seus membros, do mestre Carlinhos Brown e de seu inigualável aprendiz Denny.

Todo mundo que comparecerá ao megaevento terá a áurea oportunidade de congratular o seleto comboio do estrelismo, capitaneado pela anfitriã Ivete Sangalo, cujo CD e DVD gravado em 4 de setembro no Madison Square Garden, em Nova York, o maior templo de espetáculos do planeta, será lançado em dezembro. Com sua primeira música de trabalho, Aceleraê, escolhida previamente pela gravadora, já tinindo em alta rotação nas estações radiofônicas, o novo álbum da exaltada diva do axé promete inseri-la definitivamente no mercado fonográfico mundial. Ivete agirá com resiliência e ímpeto ao recepcionar seus convivas de inumeráveis vertentes, tonalidades, tessituras e matizes ao ser entronizada no palco. Na melhor das hipóteses, poderá emanar dele algum sinal de pirotecnia.

Além de Ivete, mais oito fulguráveis astros populares cintilarão na nebulosa festiva, movida em alto e bom som com o reforço da plateia nas pistas e nos camarotes iluminados pelos holofotes. Fielmente compatíveis com a sonoridade da esbelta juazeirense de 38 primaveras, seus conterrâneos baianos animarão as massas que serão penetradas e imbuídas no segundo Todo Mundo Vai, a ser contagiado numa metrópole divergente entre o provincianismo e o cosmopolitismo. O pagode da nossa Boa, Bendita e Bonita Terra ficará por conta das bandas Psirico, do talentoso cantor Márcio Victor, e Guig Ghetto, com vocalista novo na praça – Luciano Sant'Anna (Falcão fundou sua própria banda, a Rapina). Xanddy seguirá positivo e operante no comando de sua trupe, o Harmonia do Samba.

Nova sensação do axé e, talvez, revelação do Carnaval de 2011, a Chicabana, com Kiko nos vocais e ressonância similar à do Chiclete com Banana, complementa nosso espectro representativo. Solange Almeida e Xandy Avião – homófono do vocalista do Harmonia –, supersônicos comandantes, pilotarão os Aviões do Forró ao esbanjar glamour em suas canções, eixo de propulsão do grupo de Fortaleza. Mais três atrações, oriundas do magnificente empório artístico do Brasil, aportarão aqui restritivamente para a festa. O pagode incrementará seu espaço com o grupo paulista Pixote, com 17 anos de estrada e liderado pelo vocalista Dodô, enquanto as duplas Jorge e Mateus, de Goiás, e Maria Cecília e Rodolfo, do Mato Grosso do Sul, embalarão o público com o sertanejo universitário, a febre destes tempos no nosso cenário musical.

O Psirico e os Aviões, aproveitando a oportunidade, registrarão seus respectivos DVDs. Fãs, amigos e usufruidores das estrelas que pousarão no Parque de Exposições terão motivos de sobra ao mexer o esqueleto, obedecendo ao compasso sonoro dos números multicolorizantes de um festival multipersonalista. Partindo da sua própria nomenclatura, é um evento de múltiplas proporções e livre acesso, mas para quem possui investimentos pecuniários, em dinheiro, para pagá-lo. A segunda edição da festividade esplêndida e multirreluzente, empreitada a cargo da Caco de Telha, absolutamente será um triunfo ostentador com culminância na sua rentabilidade, cujo marketing publicitário, tendo alcance precipuamente na mídia, obtém um nítido apelo massificante. É com efeito que o Todo Mundo Vai, neste segundo ano, será o magno labirinto de mesclas.

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