Subjetividades de fila

No departamento nominado central de atendimento,
Me sinto cortês durante a chamada e a espera,
Deixando para trás pesadelos, aflições, tormentos,
Angústias, ciúmes e milhares de sofrimentos.
Casualmente, a subordinação parental em mim já era.

Sou cumpridor das pré-programadas responsabilidades,
Dos compromissos passíveis de renovação.
Enquanto resolvo-os, penso nas minhas vontades
Invioláveis – enfatizando o bel-prazer e a animada diversão –,
Mas cogito absolutamente no meu novo amanhã.

Perambulo atenciosamente até os inacessíveis portais estreitos:
Os mais dificultosos e embaraçosos, nos quais os efeitos
Que nos deixam gloriosos tenham alguma probabilidade de vitória.
Jamais serei culpado das incomodidades de nossa história
E nem tampouco das adversidades barbarizantes do proveito.

Leva-me, gerações frutíferas, aos horizontes profícuos da fertilidade,
Visando dissecar com brandura minha virilidade pródiga.
Fideliza-me laboriosas sementes de salvação na profundidade
No controle pacífico dos meus transtornos psicológicos...
A recompensa disso é que conseguirei um bônus pela virtuosidade.

Assumo e estou ciente da flexível solicitação burocrática
Utilizando-me do meu silêncio proposital, enfrento a ânsia
Sigo, em linha reta, a autêntica moral, implicando na tolerância,
Ternura e ousadia – preciosidades básicas para a bonança
Pacificadora e compreensível, sem artimanhas autocráticas.

Chances de uma vida adocicada com o doce mel do céu
Insuperavelmente germinarão quantidades sentimentalizadoras.
Enquanto isso, não sou nenhum campeão em levantar troféu.
Infortúnios um dia não me abalarão a reputação e o otimismo
Originais quando brilhar no seleto time – e de me sair do papel.

Edifico, a cada período, meus dotes racionais e emotivos:
Subjetividades embelezadoras de saber, ser e estar,
Individualidades dialogadoras de saborear, ter e falar.
Minha capacidade comandante, ao qualificá-la como passiva,
Veicula o entusiasmo e o carisma na hora de entrá-la no ar.

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